Me incomoda um pouco quando algumas pessoas associando o termo Business Intelligence simplesmente ao nome de um departamento dentro de uma empresa ou até mesmo uma ou outra ferramenta de exploração de dados. O Business Intelligence vai muito além disso. Prefiro dizer que o Business Intelligence é uma matéria que reúne conceitos de tecnologia de dados e análise empresarial. Na parte de tecnologia ele requer conhecimento em bancos de dados, arquitetura e modelagem de dados, ferramentas de captura e transformação de dados, softwares de visualização, mineração e exploração de dados. Na parte de negócio o BI engloba habilidades de análise e interpretação de resultados, conhecimentos estatísticos e até de apresentação e comunicação visual.
Esse conjunto de habilidades associadas existe com o objetivo de ajudar as organizações a tomar decisões impulsionadas por dados. Na prática, o Business Intelligence moderno possui uma visão abrangente dos dados da sua organização e usa esses dados para gerar mudanças positivas, eliminar a ineficiência e se adaptar rapidamente às mudanças no mercado ou na cadeia de fornecimento. Ele traz um conjunto de conceitos, técnicas, metodologias, arquiteturas e tecnologias que transformam dados em informação a ser utilizada dentro dos mais diversos segmentos do mercado.
A diferença do MIS para o BI
Reparem que no parágrafo acima eu usei o termo Business Intelligence Moderno, isso porque, muitas empresas utilizam o MIS – Management Information System como seu centro de informação oficial. O MIS pode ser entendido como o início do conceito de Business Intelligence e consiste num sistema de processamento e gerenciamento de dados provenientes dos mais diversos setores da empresa, que geram as mais diferentes visões e auxiliam os gestores na tomada de decisão, a partir da construção de relatórios e reports estáticos, ou pré-formatados.
No Business Intelligence também existem os relatórios e dashboards pré-formatados, gerados de forma recorrente, que se presam a permitir os executivos das empresas acompanharem os principais indicadores e resultados do negócio. Todavia, ele vai além do relatório padrão. Você sabe que começou a ter um Business Intelligence eficiente quando além de prover o indicador, você consegue entregar aos analistas de negócio, ferramentas e informação suficiente e com qualidade que permita a esse analista explorar e interpretar o que está acontecendo com os resultados da empresa. Conferindo-lhe capacidade de identificar os ofensores de cada um dos indicadores e para além disso, gerar insights a partir de um olhar micro dos números e dados da sua empresa.
Facilidades e Funcionalidades do BI
Muito além de algo específico, o business intelligence é um termo abrangente que engloba os processos e métodos de coleta, armazenamento e análise de dados das operações ou atividades para otimizar o desempenho dos negócios. Tudo isso é usado de maneira integrada para criar uma visão abrangente da empresa e ajudar as pessoas a tomarem decisões melhores e acionáveis.
Nos últimos anos, o business intelligence evoluiu e passou a incluir mais processos e atividades para melhorar o desempenho. Esses processos ou funcionalidades incluem:
- Mineração de dados: o uso de bancos de dados, estatísticas e aprendizado de máquina para revelar tendências em conjuntos de dados grandes.
- Geração de relatórios: o compartilhamento de análises de dados com as partes interessadas para que elas possam tirar conclusões e tomar decisões.
- Benchmarking e métricas de desempenho: a comparação de dados de desempenho atuais e históricos para acompanhar o desempenho em relação às metas, geralmente com o uso de painéis personalizados.
- Análise descritiva: o uso da análise de dados passados para descobrir o que aconteceu.
- Consultas: fazendo perguntas específicas aos dados, o BI extrai as respostas dos conjuntos de dados.
- Análise estatística: a aplicação dos resultados da análise descritiva para explorar os dados em mais profundidade usando conceitos estatísticos (por exemplo, como e por que determinada tendência ocorreu).
- Visualização de dados: o processo de transformar a análise de dados em representações visuais, como gráficos, diagramas e histogramas, para facilitar o consumo dos dados.
- Análise visual: a exploração dos dados através de histórias visuais para comunicar informações conforme necessário e manter-se no fluxo da análise.
- Análise prescritiva: com base na observação de comportamentos e aplicação de técnicas de Inteligência Artificial e Automação de Máquina é possível prescrever ações, inclusive de forma automatizada.
Arquitetura e Ferramentas
Para entregar essas funcionalidades é preciso se preocupar, não só em ter uma boa ferramenta de visualização e exploração de dados, mas também com todo o ambiente que vai permitir a captura, tratamento e armazenamento dos dados que vai te permitir ter informações de qualidade e no tempo certo para serem utilizadas no seu ecossistema de Business Intelligence.
É difícil afirmar que existe um desenho de arquitetura de referência para um ambiente de BI. A arquitetura deve ser construída de acordo com a necessidade e realidade de cada empresa e segmento de negócio, mas abaixo vou me arriscar a propor uma visão alto nível dos elementos que normalmente compõem um ambiente de BI.
Afinal, qual o Objetivo do BI
Certa vez, um grande executivo de uma fabricante de software usou de uma metáfora para definir a ferramenta que ele estava tentando me vender. Acho que essa metáfora cai bem como forma de explicar um ambiente de Business Intelligence eficiente. Ele deve funcionar como um grande telescópio. A olho nu o céu é todo azul, como o resultado geral de uma empresa, poluído pelo efeito média. Quando você vai ajustando o zoom do telescópio, você descobre que nem tudo é igual, existem estrelas brilhante, meteoros passageiros, planetas mais importantes que outros. Um bom Business Intelligence Moderno deve conferir a sua empresa essa capacidade de enxergar os detalhes do seu negócio, separar os elementos que ofendem o seu lucro, identificar os seus clientes mais importantes (e nem sempre são os maiores), efeitos passageiros e oportunidades ocultas.